domingo, 29 de setembro de 2013

"Há um pássaro azul em meu peito que
quer sair
mas sou duro demais com ele,
eu digo, fique aí, não deixarei
que ninguém o veja.
há um pássaro azul em meu peito que
quer sair
mas eu despejo uísque sobre ele e inalo
fumaça de cigarro
e as putas e os atendentes dos bares
e das mercearias
nunca saberão que
ele está
lá dentro.
há um pássaro azul em meu peito que
quer sair
mas sou duro demais com ele,
eu digo,
fique aí, quer acabar
comigo?
quer foder com minha
escrita?
quer arruinar a venda dos meus livros na
Europa?
há um pássaro azul em meu peito que
quer sair
mas sou bastante esperto, deixo que ele saia
somente em algumas noites
quando todos estão dormindo.
eu digo, sei que você está aí,
então não fique
triste.
depois o coloco de volta em seu lugar,
mas ele ainda canta um pouquinho
lá dentro, não deixo que morra
completamente
e nós dormimos juntos
assim
com nosso pacto secreto
e isto é bom o suficiente para
fazer um homem
chorar, mas eu não
choro, e
tu?"
Charles Bukowski
Me encontro no quarto, fechado, isolado
Pensando sozinho num obscuro que me faz vibrado
Admiro o frio que sinto dentro e fora de mim,
Só de mim,
Respondendo questões filosóficas, psicológicas, lógicas
Respondendo "estou bem?" num "acho que sim."

Criado menino sabido, ilusório sonhador
Dono de seu mundo, dimensão,
Galáxia, imensidão,
Expulsando o que não lhe convém, abraçando a dor.

Deseja, suplica, o fim de setembro solitário
Em cada gota de orvalho
Que escorre por sua pele embranquecida
Num soluço profundo, após um abraço aquecido
Daqueles braços que deveria ter esquecido.

Se emociona ao ver o céu alaranjado
E o sol se despedindo.
Porém se une a noite, junto de estrelas e cometas
Nébulas e a lua,
Ah, a lua,
Deslumbrante dama de meus sonhos de criança...

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Quem dera eu, ser dono da lua.
Admirá-la todas as noites,
Na presença de uma beleza como a tua.

Quem dera eu, ter-te em meus braços.
Compartilhar contigo meus abraços,
E nas madrugadas ficarmos escassos
Do total de tantos beijos trocados.

Quem dera eu, ter a felicidade de uma criança.
Correr em direção ao sol,
Procurar e seguir as luzes dum farol.
E deliciar-me sempre que um novo navio chegar a costa.

Quem dera eu, ser um homem de lata.
Em peito, um vazio. Nada vermelho que bata.
E algum dia, numa hora exata, enferrujarei.
Tornarei-me com o tempo, uma estátua.

Quem dera eu, ser um poeta!
Tocar corações e mentes como um instrumento musical.
Formar belíssimas sinfonias com linhas tortas e sinuosas.
Apreciar com prosas e rimas cada pensamento fútil... Inútil.
Sois vós um poeta, como uma gaivota no litoral.
O que eu deveria ser?
Todos seus desejos?
Não sou estúpido,
Mas posso fingir

Seu coração de plástico
Iria derreter com o fogo
Tão trágico,
Como onze de setembro

Você pode moldar-se
Como um boneco de cera
Mas sempre derreterá
Como Ícaro.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O tempo é humano.
O símbolo idolatrado pelos cristãos, é a tortura de seu arquétipo.
Não posso crer em um "ser maior" sendo que, este deseja ser idolatrado.
O amor é a única droga em que nascemos viciados.

domingo, 15 de setembro de 2013

Por dentre a galáxia melancólica
Há uma lua cromática
E você está comigo
Imaginando um novo dia
Enquanto se mistura na noite

Você não tem uma taça de vinho
Mas tem a mim
Vamos levantar e ver
Eu não sou sua medicina
Mas eu posso ser
Quando você está junto de mim

Por dentre a galáxia melancólica
Há um submarino
Dentro dele você e eu
Cruzaremos léguas de um mar sem fim
Vamos nos preparar para ver

Há milhares de léguas nos esperando
Vire a chave e veja

Por dentre a galáxia melancólica
Há um show de lasers
E todo mundo sabe
Eles percorrem todo universo
E o inverso também

Há milhares de léguas nos esperando
Vire a chave e veja
"... E no fundo só existiu um cristão, e esse morreu na cruz."

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

segunda-feira, 2 de setembro de 2013